quinta-feira, 18 de outubro de 2007

RECUPERAÇÃO DA BR-407.

Ramos Filho
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) informa através do seu site na internet, a execução das obras de reforma e conservação da BR-407.
A referida Rodovia Federal é o principal elo entre a região Norte da Bahia e a capital do estado. Há vários anos ela apresenta péssimas condições de trafegabilidade, o que justifica as reclamações de motoristas e demais usuários.
A também chamada “Rodovia Lomanto Júnior” possui inúmeros buracos, a sinalização é deficiente e em alguns trechos não conta com acostamento. Tal situação favorece a ação de assaltantes e provoca acidentes, que já deixaram vários mortos e feridos.
O órgão vinculado ao Ministério dos Transportes (MT) anuncia que assinou um contrato na ordem de R$ 15 milhões e 700 mil reais, com a Construtora CBV. Este dinheiro deve garantir por 2 anos, a manutenção e recuperação dos 232 quilômetros da estrada em solo baiano.
Os serviços já iniciados serão realizados desde a divisa com Pernambuco, na ponte Presidente Dutra, aqui em Juazeiro até o entroncamento com a BR-324, no município de Capim Grosso. O grande problema é a qualidade do material aplicado, o que pode determinar uma deterioração rápida.
O próprio DNIT reconhece que a BR-407 foi restaurada no ano passado, quando um valor de R$ 1 milhão e 300 mil reais foi aplicado na reforma da via. Pouco tempo depois, a estrada já se encontrava totalmente danificada. O temor é que o mesmo se repita, apesar de agora contar com um investimento 10 vezes maior agora.
Por sinal, moradores dos distritos de Carnaiba do Sertão, Juremal e Massaroca reclamam que os buracos tapados nos últimos dias começam a aparecer novamente e ainda nem choveu na região. Isso prova que mais uma vez, o dinheiro público pode estar indo pelo ralo, com o famoso “asfalto sonrisal”.
Cabe à população, aos parlamentares estaduais e federais votados em Juazeiro e municípios vizinhos e ao próprio DNIT, fiscalizarem e exigir obras de boa qualidade.

APAGÃO NORDESTE.

Ramos Filho
A Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), mais uma vez dá provas do seu desrespeito às comunidades ribeirinhas, na gestão do reservatório de Sobradinho.
Todos nós fomos testemunhas dos problemas ocasionados pela cheia do rio no inicio do ano. As fortes chuvas no estado de Minas Gerais e a concentração pluviométrica nos municípios da nossa região provocaram alagamentos e conseqüentemente prejuízos às margens do Velho Chico, entre os meses de janeiro e março.
A vazão do lago chegou a 6.000 metros cúbicos por segundo, destruindo plantações, inviabilizando o turismo na ilhas e o que é mais grave, inundando casas, o que deixou um saldo de centenas de desabrigados. Aqui em Juazeiro foi “um Deus nos acuda”, pois as águas do rio ameaçavam invadir a cidade pela barragem de São Geraldo.
À época, a CHESF anunciou que não podia se responsabilizar pelos danos, pois trabalha com uma cota limite de até 8.000 mil metros cúbicos por segundo. A empresa também informou que o nível do reservatório alcançou 100 por cento de sua capacidade armazenamento em abril, o que afastava o risco de racionamento de energia elétrica ou de apagão, por dois anos.
Contudo, a noticia que nos surpreende agora, dá conta de que apenas seis meses depois de atingir sua cota máxima, o lago de Sobradinho perdeu 62 por cento de sua capacidade. Estamos chegando ao período mais crítico da seca, o reservatório continua perdendo água e o seu nível de apenas 38 por cento no momento, já preocupa aos barranqueiros.
A CHESF justifica que precisou liberar mais água do que o previsto, para gerar um volume maior de energia nas usinas do seu sistema, a fim de suprir as necessidades das regiões Sul e Sudeste, atendendo determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A empresa explica que a manobra foi necessária para impedir um apagão no Centro-Sul do país, área de maior consumo e que sofre com a falta de chuvas e baixa dos seus reservatórios desde junho.
A CHESF cobriu um santo e descobriu o outro. Nós nordestinos é que partir de então passamos a correr o risco de apagões, caso não chova o suficiente ao longo da bacia do São Francisco, a partir de novembro.
Pelo visto, a corda mais uma vez pode arrebentar prá o nosso lado.

2 comentários:

disse...

Bom a Chesf fez isso agora e com toda certeza quem pagará no futuro o maior preço seremos nós ribeirinhos,pois há uma estimativa que em 2014 passará de 45mW/h para 90 a 110 MW/h,o consumo de energia nessa região,pois a demanda no nodeste só tende a aumentar.
Você acha que a Chesf tem capacidade de gerar essa energia?
Mas,isso tudo não é uma causa perdida,pois existem outros meios de obtenção de energia,acho que essa é a hora de viabilizar outras formas como: a energia solar e biomassa,eólica etc,isso poderia ser desenvolvido com bastante êxito aqui no semi-árido,desta forma poderia garantir a continuidade do potencial de desenvolvimento aqui da nossa região.Contudo,acha você que para Chesf isso é lucrativo?
Seu blog sempre com temas bastante chamativos..

disse...
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