segunda-feira, 15 de outubro de 2007


ENTREVISTA COLETIVA
*CONSIDERAÇÕES DE UM MILITANTE PETISTA.

Ramos Filho

O militante do Partido dos Trabalhadores (PT), estudante de Direito e diretor do Sindicato dos Professores de Pernambuco, Bráulio Wanderley concedeu entrevista coletiva, a alunos do 4° e 8° períodos do Curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo Multimeios, do Departamento de Ciências Humanas (DCH), Campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em Juazeiro, no último dia 09 de outubro.

Foram três horas de questionamentos respondidos com firmeza pelo entrevistado, que ficou postado em uma cadeira giratória no centro de uma sala repleta de graduandos em Jornalismo. No contato com os estudantes, Bráulio esclareceu que iniciou sua militância política há 18 anos, exatamente em 1989 quando se filiou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), oriundo do movimento estudantil. No inicio dos anos 90 se transferiu para o PT, onde permanece até hoje, mesmo discordando de algumas modificações sofridas pela legenda ao longo dos últimos anos. Na opinião dele: “o Brasil não possui uma tradição de política partidária, e sim de política personalista”, algo que contaminou também as hostes petistas, sobretudo a partir de 1995, época em que os ex-deputado federal e ex-ministro José Dirceu assumiu a presidência nacional do partido.

Nesta nova conjuntura desde então, o PT registrou um crescimento desordenado, recebendo adesões de lideranças de centro e até de centro direita, inchando seus quadros e colocando em risco a sua doutrina, pautada na ética e na responsabilidade. Nem mesmo o pluralismo existente na sigla e as deserções dos descontentes foram capazes de frear a caminhada rumo ao conservadorismo, algo que se reflete no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, que reproduz os vícios das gestões anteriores, como a barganha política e a condescendência com a corrupção.

Sobre as mobilizações sociais, especialmente os movimentos estudantil e sindical, Bráulio admite que vem ocorrendo uma omissão, quanto à um posicionamento em relação aos grandes problemas do país, na atualidade. “O movimento estudantil, depois do ‘Fora Collor’, virou uma máquina de vender carteira de estudante”, afirma de maneira enfática, o entrevistado. Por sua vez, os sindicatos, salvo algumas exceções e no serviço público, ainda mantém algum principio de unidade e luta.

No plano regional, o bacharelando em Direito e líder sindical acredita numa participação direta do PT nas eleições municipais do próximo ano em Juazeiro e Petrolina. No município baiano, ele condena a disputa particular entre Joseph Bandeira e Misael Aguilar, defendendo o surgimento de novas lideranças e em Petrolina, torce pela candidatura a prefeita, da professora e deputada estadual, Isabel Cristina.




Bráulio conclui suas palavras, ressaltando que permanece no PT, porque o partido lhe dá a condição de ser contraditório e por acreditar que ainda é possível construir um país melhor, com base na política petista.

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