quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Magistrada Sob Suspeita.

MAGISTRADA SOB SUSPEITA.


*Ramos Filho.


A passagem da juíza Olga Regina Santiago Guimarães pela Comarca de Juazeiro (BA) foi bastante conturbada. Mais precisamente entre os anos de 2001 e 2002, a cidade vivenciou uma grave crise envolvendo o Poder Judiciário, o Ministério Público e as policias Civil e Militar, tendo a magistrada como protagonista.
Desde o mês de agosto, a referida juíza voltou ao noticiário, só que desta feita não somente em nossa região ou na Bahia. Olga ganhou notoriedade nacional por suas ligações com o narcotraficante Gustavo Duran Bautista, aquele da Fazenda Mariad.
E a situação da juíza parece cada vez mais complicada. Ela é investigada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que acatou pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e autorizou a quebra dos seus sigilos: fiscal, bancário, telefônico e telemático, referente aos meios eletrônicos, como e-mails, msn/messenger e acessos à internet.
O pedido de quebra de sigilos foi feito pelo procurador José Edivaldo Rotondano. A suspeita de envolvimento da juíza com o narcotraficante Gustavo Duran Bautista, à época em que ela atuava na Comarca de Juazeiro veio à tona na Operação São Francisco, da Polícia Federal, que captou telefonemas comprometedores entre Olga, o seu marido Balduino Santana e Bautista.
Antes de ver os seus sigilos quebrados, a juíza sofreu uma outra derrota. Ela foi removida de Cruz das Almas e promovida para a Comarca de Salvador, durante o ápice do escândalo de associação ao tráfico, mas perdeu o beneficio. Isso de deu graças a uma ação da também juíza Isabela Pedreira da Silva, da Comarca de Feira de Santana, contra a promoção de 50 magistrados à capital, entre eles Olga Regina, junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que decidiu pela suspensão das remoções e promoções.
O fato de Olga estar entre os privilegiados, por certo pesou na decisão do CNJ, pois a imprensa e a opinião pública não compreendiam, como poderia uma juíza sob suspeita de envolvimento com traficantes receber promoção. O processo de investigação ainda está no inicio e deve ter um desfecho somente em meados do próximo ano.
De qualquer forma, a maior punição que Olga pode receber é uma aposentadoria compulsória, com o mesmo valor do seu salário da ativa, algo em torno de R$ 15 mil.


*Comunicador da Rádio Juazeiro AM e aluno do 8° Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo Multimeios do Departamento de Ciência Humanas (DCH) Campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Juazeiro (BA).

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